Thursday, May 10, 2007

Engenharia Genética (htm)

Engenharia Genética e Medicina


A engenharia genética nos animais

Perspectiva Biológica

A evolução da engenharia genética surpreende - nos cada vez mais com os seus avanços, criando novidades e superando obstáculos nunca antes ultrapassados. No entanto, devido a certos inconvenientes, principalmente no âmbito da ética, ainda é um tema bastante discutido.

Desde há muito que os laboratórios manipulam células de animais modificando as suas características genéticas, com o objectivo de criar novos seres que possam trazer vantagens para o Homem.
Actualmente, a manipulação genética de animais é realizada a grande escala o que pode levantar vários problemas a nível da integridade biológica : questiona-se o direito dos seres humanos actuais em alterarem uma herança biológica que herdaram e que inevitavelmente irão modificar ou destruir. Ao nível da redução da biodiversidade: questiona-se a redução que estas técnicas de melhoria e selecção estão a provocar na natureza, tendo nós um conhecimento muito limitado dos mecanismos biológicos. Para além destes problemas, podem aparecer consequências imprevisíveis: questiona-se a introdução destes novos organismos geneticamente modificados (OGM) em ambientes abertos, uma vez que se desconhece as suas consequências a longo prazo para os outros seres vivos, nomeadamente os da mesma espécie; novas formas de domínio: questiona-se as novas formas de poder que estão a ser criadas por parte dos laboratórios que produzem estes novos OGM. Estes ao possuírem as suas patentes, controlam ( e lucram) com a sua utilização, reprodução e possíveis melhorias. Outro aspecto também bastante importante, é o sofrimento que estas experiências podem causar nos animais para além do limite do razoável, tendo apenas um único objectivo: a sua sobre exploração.

A engenharia genética contribui bastante para o melhoramento e qualidade de produção de espécies na pecuária, no entanto, estas inovações tecnológicas têm consequências nefastas, quer nos animais quer nos humanos, visto que estes consomem alguns desses mesmos animais. Assim, com a alteração dos genes de um animal geneticamente normal, ficamos com outro de diferente constituição. Este, por sua vez, pode causar impactos na saúde humana, como por exemplo pela ingestão de proteínas inseridas nestes organismos, com o intuito de maximizar a rentabilidade, provando efeitos nocivos no organismo humano. Assim, através da engenharia genética, as espécies animais ficam com as suas características geneticamente modificadas, provocando graves consequências para a espécie tal como a sua extinção, uma vez que, se o código genético desta fica alterado, “nasce” uma nova espécie.

A manipulação genética dos animais é um tema que desperta várias opiniões e visões, sendo assim, bastante debatido, provocando principalmente uma profunda inquietação no campo ético e ecológico. Apesar da engenharia genética possuir inúmeros prós e inovações tecnológicas repletas de benefícios à vida humana, esta também acarreta várias consequências à mesma. Sendo uma delas a infracção de diversos direitos dos animais. Assim, ao manipular o genoma de certas espécies, como algumas que se encontram em extinção, os cientistas podem levar a um maior extermínio dessas espécies em extinção, uma vez que o código genético dessa espécie sofre alterações, transformando-se num outro ser. Deste modo, estamos a colocar algumas espécies em risco de extinção, sendo assim, algo inadmissível.

A recomendação dos departamentos de Bioética é às vezes contraditória com relação aos direitos dos animais estabelecidos internacionalmente:
É recomendável que os cientistas que usam animais em pesquisas sigam os princípios que determinam:
• que os seres humanos são mais importantes que os animais, mas os animais também tem importância, diferenciada de acordo com a espécie considerada;
• que nem tudo o que é tecnicamente possível de ser realizado deve ser permitido;
• que nem todo o conhecimento gerado em pesquisas com animais é plenamente transponível ao ser humano;
• que o conflito entre o bem dos seres humanos e o bem dos animais deve ser evitado sempre que possível.
Fonte: Núcleo Interinstitucional de Bioética da UFRGS
Em 1978 a Unesco publicou a Declaração Universal dos Direitos dos Animais que dizia, entre outros artigos:
ARTIGO 1º
Todos os animais nascem iguais diante da vida, e têm o mesmo direito à existência.
ARTIGO 2º
a - Cada animal tem direito ao respeito;
b - O homem, enquanto espécie animal, não pode atribuir-se o direito de exterminar os outros animais, ou explorá-los, violando esse direito. Ele tem o dever de colocar a sua consciência a serviço dos outros animais;
ARTIGO 8º
a - A experimentação animal, que implica em sofrimento físico, é incompatível com os direitos do animal, quer seja uma experiência médica, científica, comercial ou qualquer outra;
b - As técnicas substitutivas devem ser utilizadas e desenvolvidas.
ARTIGO 14º
Os direitos dos animais devem ser defendidos por leis, como os direitos do homem.


Perspectiva Filosófica

O ser humano, como um ser desejoso de descobrir e conhecer, tenta desvendar todos os mistérios que lhe causam curiosidade. No entanto, para alguns humanos, esses mistérios nunca deveriam ser revelados, especialmente, se prejudicam outrém. Certos cientistas, exploram os enigmas da Natureza a fim de poderem conhecer um pouco mais daquilo que lhes rodeia, e principalmente por possuírem um espírito curioso. No entanto, o resultado desta curiosidade nem sempre é benéfico para todos.
Quando um geneticista descobre que dado gene codifica uma determinada característica pode ser tanto vantajoso como malévolo, visto que depende a quem afecta. Assim, somente pode ser benéfico caso seja favorável para esse determinado ser. Deste modo, em relação aos animais, e à defesa destes, o mesmo se sucede. Para que uma descoberta seja benéfica tem que ser vantajosa para o animal em causa, pois caso contrário é moralmente desvantajosa, visto que não se encontra em prol do animal. Portanto, a manipulação genética, como uma das inúmeras descobertas cientificas, somente é moralmente aceitável caso esteja direccionada para o benefício do animal.

No entanto, é através da introdução de genes em animais responsáveis por doenças humanas, que observamos como os animais são tratados como instrumentos para atingir um fim. Apesar desta prática servir em nosso proveito, os direitos dos animais existem e devem ser respeitados. Deste modo, estamos a aproveitarmo-nos dos animais e actuando em nosso prol. No entanto, apesar de os seres humanos serem importantes os animais são igualmente essenciais, sendo que os seus direitos não devem ser infringidos. Deste modo, os animais devem ser respeitados como tal e não utilizados como “ferramentas” da curiosidade humana.


Andi, o primeiro macaco transgénico

A alteração das potencialidades genéticas dos organismos através da transferência de genes entre animais diferentes, tem muitas vezes como objectivo não só a satisfação da curiosidade humana sobre a natureza da vida, como também o controle e eliminação de doenças humanas e de outros animais.
Mesmo desconhecendo os riscos que esta técnica pode trazer, não restam dúvidas de que passamos a dispor de tecnologia altamente promissora para a solução de problemas de natureza variada. Porém, é preciso olhar também para o lado moral e não apenas para o científico. O facto do Homem “quebrar” com o ciclo natural de crescimento e desenvolvimento dos animais, pode levantar questões relativamente aos direitos dos mesmos, o que não deixa de ser compreensível visto que, cada vez mais, o Homem vai ultrapassando certos limites sem olhar para as consequências que daí podem advir.

Em suma, todas as técnicas de manipulação genética visam melhorar a qualidade de vida do Homem que, muitas vezes, não olha a meios para atingir fins prejudicando, muitas vezes, o que está em seu redor.

Plantas transgénicas

As plantas têm sido manipuladas para se tornarem resistentes a doenças, ou a condições adversas, como secura, temperaturas elevadas, ou salinidade. Têm sido criadas plantas que produzam mais, que forneçam produtos mais ricos dieteticamente, que sejam tolerantes a certos pesticidas, ou para incorporarem moléculas que matam pragas que as atacam, como no caso das plantas Bt, portadoras de um gene do Bacillus thuringiensis, que leva à produção de uma proteína tóxica.

Podemos definir plantas transgénicas desta forma:

-Vegetais que contêm um ou mais genes introduzidos por meio de uma técnica de engenharia genética. Estas técnicas permitem que um ou mais genes, denominados de transgenes, sejam isolados bioquimicamente e inseridos numa célula, a qual se multiplica e dá origem a outra planta que possui cópias exactas do gene inserido. Os genes inseridos são originários de outras plantas, animais ou mesmo outras plantas. As plantas transgénicas são também chamadas de organismos geneticamente modificados ou OGM.
Estas manipulações só são possíveis devido aos grandes avanços na área da engenharia genética. Esta pode ser definida como consistindo na criação de uma nova molécula de DNA, geralmente pela recombinação de DNA de diferentes organismos, por meios artificiais, utilizando enzimas de restrição, e a consequente produção de muitas cópias de DNA recombinante.


Existem hoje em dia um grande número de plantas transgénicas tais como:

· Soja resistente ao glifosato (herbicida). O glifosato, além de ser de baixa toxicidade é biodegradável (degrada-se rapidamente no solo). Este gene é extraído de uma bactéria do solo, conhecida por Agrobacterium.

· Algodão

· Milho, como o Starlink, resistente a insectos-praga devido à presença da proteína cry9C originária de uma bactéria, e que não foi aprovado para consumo humano porque as autoridades suspeitam que possa causar reacções alérgicas. Existe também milho transgénico BT, resistente a insectos e milho resistente ao herbicida glifosato.

· Couve-nabiça

· Arroz dourado, produzido pela introdução de sete genes capazes de funcionarem nas vias metabólicas para produzirem pro-vitamina-a e ferro acessível ao organismo, capaz de evitar cegueira e anemias mortais nas populações que o utilizem na alimentação.

· Trigo geneticamente modificado por mutação química e radioactiva

· Plantas manipuladas para produzirem óleos com certas características, com interesse nas indústrias de plásticos, de lubrificantes, ou cosméticos

· Plantas que produzem moléculas de anticorpos (planticorpos). Ultimamente tem-se introduzido em plantas, como a bananeira, genes retirados de agentes patogénicos humanos, que depois fabricam proteínas, capazes de produzirem no organismo humano que coma frutos dessas plantas, uma resposta imunológica, tipo vacina.

· Batatas com maior produção de amido, ou cereais e frutos com maior teor de vitaminas, ou de minerais, importantes para melhor dieta, ou para evitar doenças de carência.

Tipos de Modificações e Desvantagens Associadas às Plantas Transgénicas

Hoje em dia existem vários objectivos aquando da modificação genética das plantas. Abaixo encontram-se algumas das mais importantes e frequentes bem como alguns riscos associados.

-Modificação para promover a resistência a insectos
Dos transgenes utilizados para este fim, o mais comum envolve o uso de genes que expressam toxinas de proteínas provenientes de uma bactéria do solo Bacillus thuringiensis (Bt) a qual confere resistência contra um grupo específico de insectos (grande aplicação no cultivo de milho, algodão e batata), possibilitando assim uma redução quantitativa e qualitativa do uso de pesticidas. Além disso, outros genes têm sido transferidos experimentalmente para promover uma melhor resistência, em particular os que codificam proteínas de plantas, por exemplo a lectina e inibidores das enzimas digestivas dos insectos.
No entanto, esta área da biotecnologia introduz certos riscos pelo facto dos insectos rapidamente desenvolverem estratégias para se tornarem resistentes às toxinas desenvolvidas nas plantas geneticamente modificadas. Pode também eliminar insectos (por ex : polinizadores) benéficos para a planta e desequilibrar a cadeia alimentar uma vez que há outros seres vivos que se alimentam de insectos.

-Modificação para obtenção de genes com qualidades específicas
O primeiro produto geneticamente modificado com esta finalidade foi o tomate. Os tomates transgénicos apresentam uma redução na produção de etileno o qual promove o amadurecimento do fruto. Assim, o processo de amadurecimento do tomate é retardado e a sua duração de conservação prolongada.

-Modificação para promover a resistência às doenças
Três tipos básicos de genes são utilizados em plantas modificadas para este efeito. O método mais comum consiste no uso de sequências de DNA vírico que, quando inseridas nas plantas e expressas, interferem com o vírus infeccioso proporcionando a chamada "protecção patogénica derivada". O segundo tipo de planta anti-vírico geneticamente modificada utiliza genes de várias fontes os quais expressam proteínas anti-víricos que actuam num determinado momento do ciclo de replicação víricos. O terceiro método recorre a genes resistentes a vírus, os quais são isolados e transferidos por modificação genética nas espécies que são sexualmente incompatíveis com o dador.
Este tipo de transformação é comummente utilizado em tomates, batatas, tabaco, entre outros exemplos. No entanto, três riscos potenciais podem decorrer desta aplicação. Num primeiro tempo, nas plantas contendo genes que expressam o "manto" proteico surge a possibilidade destes genes serem substituídos pelos do vírus infeccioso, modificando-se a estrutura do "manto" víricos, conferindo, assim, outras propriedades tais como métodos diferentes de transcrição entre plantas, surgindo, deste modo plantas, com características indesejáveis. O segundo risco é que pode ocorrer recombinação entre o gene inserido e outro infeccioso, favorecendo o aparecimento de novos vírus. Outra preocupação surge pelo facto da inserção de genes virais ao mesmo tempo que a planta é afectada possa agravar os sintomas.

-Modificação para promover a tolerância aos herbicidas
Avanços na genética tornaram possível o desenvolvimento de novas variedades de plantas resistentes a herbicidas, permitindo um controlo mais eficiente do crescimento de ervas daninhas assim como um melhor desenvolvimento da planta alvo com gasto reduzido de herbicidas, favorecendo uma agricultura mais económica e ecológica. A resistência aos herbicidas (glifosato) é conseguida por incorporação de uma enzima que o inactiva, geralmente as enzimas utilizadas provêm de bactérias.
Uma das preocupações levantadas é a de que estes genes sejam transferidos para as ervas daninhas que deste modo adquirem resistência, ou ainda uma possibilidade mais extrema que transgenes destas plantas geneticamente modificadas se concentrem numa espécie que assim se torna super-resistente.


-Modificação para um melhor rendimento agrícola
Este objectivo pode ser conseguido pela engenharia genética através da modificação de bactérias do solo fixadoras de azoto atmosférico associadas às raízes de plantas. Ao aumentar a actividade destas bactérias e consequentemente a fixação de azoto pelas plantas, essencial à constituição das suas proteínas, diminui a necessidade de uso de fertilizantes.
Por outro lado, é possível obter um melhoramento do rendimento agrícola por um aumento da tolerância ao frio, método utilizado nos morangos usando um gene responsável pela expressão de proteínas anti-gelo presente em peixes árcticos.

-Segurança e Rotulagem dos GMOs
De acordo com a teoria da equivalência substancial, se um alimento GM for equivalente em composição a um alimento existente, pode ser considerado tão seguro como o seu equivalente convencional. Este princípio reconhece que a comida representa uma mistura complexa e que a composição detalhada e valor nutritivo das colheitas depende de diversos factores (condições de crescimento, do clima, aditivos alimentares, etc.).
Nesta avaliação o seguinte pode ocorrer: o alimento é considerado equivalente ao alimento convencional; é considerado equivalente com excepção de certas partes (DNA que foi introduzido); não é considerado equivalente ou não há termo de comparação.
Há muita controvérsia em relação a esta teoria, quer pelo facto de ser considerada inadequada por uns, quer pela dificuldade de estabelecer padrões em diferentes países e pela necessidade de, para além deste, se realizarem testes relativos à composição, valor nutricional, toxicidade e potencial alergénico da planta.
As proteínas constituem a maior parte e principais alergénicos. A introdução de um gene numa planta pode torná-la alergénica, isto é, pode induzir a resposta alérgica a pessoas já hipersensíveis à substância ou levar a uma pessoa que não era alérgica, a passar a sê-lo. Logo, não se deve introduzir substâncias já tidas como alergénicas nos alimentos GM. Devido à dificuldade em determinar se uma proteína é alergénica, deve-se redobrar cuidados em verificar esta possibilidade antes da planta ser introduzida na alimentação, tendo em mente que as plantas GM são passíveis de ser testadas mas os seus derivados (exemplo, açúcar derivado de plantas GM), não. Há que ter em conta a possibilidade de alergia por inalação e contacto para além da ingestão.
Não existe nenhuma evidência científica de que os alimentos GM que são comercializados causem alergias e, apesar de existirem casos em que se tenta demonstrar o contrário, estes não foram suportados por uma análise sistemática.
O risco alérgico das plantas GM não é maior do que o das plantas convencionais ou de plantas introduzidas de outras partes do Mundo.
Dois tipos de DNA viral são usados nas plantas GM, promotores e genes que codificam a capa proteica protectora do vírus. Foi sugerido que a integração de DNA viral nas plantas leva ao aparecimento de novos genes, através da recombinação. Porém, esse processo é pouco provável de acontecer devido às barreiras naturais. Coloca-se a questão da transferência dos elementos transponíveis levar a modificações, o que parece improvável visto que estes elementos foram repetidamente transferidos entre as diferentes espécies ao longo da evolução sem causar qualquer impacto na biologia dos seres vivos.
Outra preocupação é a do DNA das plantas GM poder interferir com o DNA dos consumidores. A maioria do DNA é digerido no tracto intestinal, porém, uma pequena porção pode passar para determinadas células (células M) nas quais será destruído. Apesar disso, é possível que o DNA seja incorporado em algum célula do organismo mas os efeitos serão insignificantes.
Existe um grande debate na área da rotulagem de alimentos GM. Por um lado implica custo para os consumidores, por outro nem todas as companhias se dispõem a fazê-lo. Os diferentes custos na rotulagem também ajudam a explicar as diferentes posições.
A União Europeia, Japão e Austrália, defendem uma lei que obrigue as companhias a rotular as plantas GM.
Os USA, por sua vez, fomentam a rotulagem voluntária, justificando que se os alimentos são considerados seguros, não diferem dos alimentos convencionais.

(Retirado de:
“Construção de Plantas transgénicas”, trabalho complementar da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto da autoria de: Nogueira, A.; Castro, A. F.; Luís, A.; Santos, D; Meireles, E.)

Engenharia Genética no Ambiente

Engenharia Genética e Modificação Genética são termos para o processo de manipulação dos genes num determinado organismo.
Esta manipulação pode ser realizada a vários niveis e permite obter resultados variados cujo contributo para o Homem tem sido bastante útil.
O nosso trabalho de pesquisa refere-se apenas á engenharia genética e á sua contribuição para o ambiente (sim, actualmente a natureza necessita da ajuda desta ciência devido á constante intervenção do Homem nos seus ciclos, poluição generalizada e "ignorância" também generalizada deste bípede). Portanto aqui ficam algumas das actuais importâncias deste tema na nossa sociedade:
Através da biotecnologia pode-se proceder ao tratamento das águas residuais no sentido de remediar o mal feito ao nosso planeta e evitar modificações ainda mais prejudiciais…


A biorremediação consiste assim, em recuperar o meio ambiente contaminado através da Biotecnología. Existem microorganismos capazes de captar e fixar metais pesados. Outros permiten recuperar o solo ou as águas contaminadas.

As águas residuais produzidas nas zonas urbanas regressam ao meio ambiente. Estas águas não devem, contudo, contaminar os ecossistemas. Para isso são tratadas em estações de tratamento específicas. O tratamento compreende várias fases:

Tratamento preliminar:
Visa eliminar os resíduos sólidos de grandes dimensões, em que os resíduos passam por tapetes e crivos. Os resíduos podem ser encaminhados para uma incineradora, para serem eliminados.

Tratamento primário:
Neste tratamento ocorre separação de materiais gordurosos (óleos, etc.). O tanque de sedimentação contém um conjunto de braços giratórios que visam separar a componente sólida. Os materiais sólidos recolhidos do fundo do tanque designam-se por lamas em bruto.

Tratamento secundário:
Visa a eliminação de parte da matéria orgânica, pela acção de decompositores e saprófitas. Os microrganismos depositam-se no fundo do tanque, sendo bombeados novamente para o sistema, entrando como lodos activados. Alguns sólidos e microrganismos são adicionados às lamas brutas. O arejamento é essencial na manutenção dos níveis de O2 para que ocorra uma decomposição eficiente, sem maus odores.

Tratamento terciário:
Ocorre uma separação biológica dos nutrientes, evitando os fenómenos de eutrofização. Ocorrem uma série de reacções com intervenção de microrganismos, convertendo-os em compostos insolúveis ou gases, que facilmente se separam da água em tratamento. Os organismos em excesso e o material que sedimenta são adicionados às lamas.

Tratamento quaternário:
Visa eliminar toda a componente microbiana que possa ainda subsistir nas águas residuais. As águas após o tratamento terciário podem sofrer filtração ou desinfecção com cloro, ozono ou UV. As águas podem ser despejadas nos rios e podem ser utilizadas para consumo humano.

As lamas brutas são focos de contaminação, quando despejadas no meio ambiente e como tal podem ser convertidas em fertilizantes para a agricultura. A digestão anaeróbia, preparação de compostos , Pasteurização (secagem) e a estabilização com cal são possíveis tratamentos que possibilitam a aplicação das lamas sob a forma de fertilizantes (no estado líquido ou sólido).

Derrames de petróleo

Com o crescimento do comércio marítimo, estas catástrofes têm ocorrido cada vez em maior número. Já no princípio do século XX, com o início do transporte a granel de hidrocarbonetos por via marítima, verificou-se que esta prática comportava alguns riscos, não só para o ambiente, mas também para as pessoas embarcadas. No entanto, só com os primeiros grandes acidentes é que esta questão começou a merecer a atenção e preocupação da opinião pública.O petróleo não se dissolve na água - flutua à superfície ou próximo desta. Desta forma, as aves ficam impregnadas e as suas penas ganham permeabilidade, o mesmo acontecendo com o pêlo dos mamíferos marinhos. Como resultado, os animais ficam mais pesados e afogam-se. Também ocorrem mortes por envenenamento, devido à ingestão directa de petróleo ou por inalação dos compostos aromáticos voláteis que contaminam a atmosfera.

Uma das técnicas utilizadas no combate e limpeza das marés negras é a biorremediação. Nesta, utilizam-se bactérias extraídas do amido de milho. Como seres vivos que são, necessitam de certas condições para sobreviverem. A variação da temperatura da água, as correntes marinhas, as diferenças de concentração salina do mar ou a necessidade de nutrientes específicos são factores limitantes ao seu desenvolvimento. Nos laboratórios de clonagem tentam-se criar estirpes que possam desenvolver-se a temperaturas muito baixas ou com necessidades nutritivas que se adaptem ao meio marinho onde vão actuar.

Resíduos produzidos pelas explorações mineiras
A exploração mineira provoca grandes problemas de contaminação dos solos ou das águas subterrâneas por metais pesados. Também existem microorganismos e plantas que, de forma natural, são capazes de acumular ou transformar esses metais pesados, recuperando o meio ambiente poluido. O problema de alguns destes microorganismos consiste no facto de necessitarem de oxigénio para a sua actividade metabólica pelo que se tem que bombear oxigénio para o solo de modo a efectuar a sua descontaminação.


Nos laboratórios de clonagem são objecto de estudo e selecção variedades de descontaminantes, que concentram metais pesados e que aceleram o ritmo de descontaminação. Entre as plantas fitorremediadoras estão as crucíferas do género Brassica, capazes de acumular metais pesados e arsénio.

Wednesday, March 21, 2007

SIDA

O vírus da SIDA foi pela primeira vez detectado a 5 de Junho de 1981 nos Estados Unidos em 5 homens homosexuais, mas depressa se investigou e verificou-se que esta doença não afecta apenas homosexuais, mas qualquer pessoa.

1. O que é a SIDA?

A SIDA, ou síndroma da imunodeficiência humana adquirida é caracterizada por um conjunto de sintomas e desenvolvimento de infecções e tumores em seres humanos, resultante do enfraquecimento progressivo do sistema imunitário.

2. Qual o significado das siglas HIV?

O Vírus da Imunodeficiência Humana, conhecido como HIV (sigla originada do inglês: Human Immunodeficiency Virus), é um vírus pertencente à classe dos retrovírus e causador da SIDA.

3. Como actua o vírus nas células humanas?

1. Os linfócitos TCD4+ e macrófagos (células CD4), possuem na superfície da sua membrana celular glicoproteínas denominadas CD4. O HIV une-se às glicoproteínas CD4 e aos seus receptores.

2. Ocorre a fusão do vírus com a célula humana. Além do RNA viral, também algumas enzimas entram na célula (transcriptase reversa, integrase e protease)

3. A enzima transcriptase reversa, permite a formação de DNA viral a partir do RNA (transcrição inversa).

4. O provírus (DNA proviral) migra para o núcleo onde se une ao genoma da célula hospedeira. Após activação os genes dos vírus passam a ser transcritos. Algumas moléculas de RNA são traduzidas formando-se assim proteínas virais, enquanto outras constituem o RNA viral.

5. As células infectadas morrem por lise celular, devido à grande quantidade de vírus que se formam no seu interior, enquanto outras exibem na sua superfície proteínas virais e acabam por ser destruídas pelo sistema imunitário.

6. Os viriões atravessam um processo de maturação (pela acção da protease) que lhes permite infectar novas células

4. Como pode ocorrer o contágio?

Sangue
1. Partilha de agulhas e seringas
2. Utilização de objectos cortantes como lâminas de barbear, piercings, instrumentos de tatuagem e de furar as orelhas e alguns utensílios de manicura
Transfusões sanguíneas
Contacto entre o sangue materno e fetal pela placenta ou no parto

Secreções vaginais, sémen e fluidos pré-ejaculatórios
1. Relações sexuais
2. Contacto entre o sangue do feto e as secreções vaginais da mãe aquando do parto

Leite
1. Amamentação do filho pela mãe seropositiva

5. O que se deve fazer em caso de suspeita de contágio?

Em caso de suspeita de contágio, o indivíduo deve dirigir-se imediatamente ao hospital, a fim de realizar um teste de HIV, que teste a presença de anticorpos anti-HIV no sangue.

6. Que problemas podem surgir com a doença?

Na fase em que a infecção já se denomina SIDA, o indivíduo apresenta imunodeficiência grave, sendo comum o aparecimento de tumores e infecções.

7. Que diferença há entre ser seropositivo e ter SIDA?

Uma pessoa seropositiva é uma pessoa que possui no seu sangue anticorpos anti-HIV, o que significa que já entrou em contacto com o vírus.
Uma pessoa que tem SIDA, encontra-se já na última fase da infecção, na qual o seu sistema imunitário se encontra de tal forma debilitado que está sujeito a vários tipos infecções oportunistas e tumores.

8. A SIDA pode curar-se?

A SIDA não tem cura, pois até aos nossos dias não se descobriu ainda nenhum medicamento que erradique o vírus do organismo. Contudo existem já algumas substâncias que retardam a acção do HIV, ao actuarem a diferentes níveis. Existem:

1. Inibidores da transcriptase reversa.
2. Inibidores da protease.
3. Inibidores da fusão.




Medicamentos comuns para o tratamento da SIDA


http://www.roche.pt/sida/virus/life.cfm








9. Quais são os principais grupos de risco?

Maiores grupos de risco são os toxicodependentes e os que têm comportamentos sexuais de risco.

10.Que alterações de comportamento foram decisivas para a prevenção da doença?

Divulgação de informação relativamente aos métodos de contagio e utilização de protecções no acto sexual.

11. Qual é a situação actual da doença em cada um dos continentes?

Na Europa, Ásia e América assiste-se um aumento gradual de doentes.
Há uma diminuição de indivíduos com SIDA na África.
E por fim na Oceânia, mantêm-se constante a quantidade população infectada.

12. Qual foi a região do planeta mais afectada pela epidemia da SIDA?

A região mais infectada é a África Subsariana.

13. Que países tiveram mais êxito no combate à SIDA? Que fizeram esses países de diferente relativamente aos restantes?

Os países que tiveram mais êxito no combate a SIDA foram as Caraíbas e alguns países desenvolvidos. Nesses países, a população está constantemente a ser informada e educada para prevenção da doença.

14. Que esforços internacionais têm sido feitos para encontrar uma vacina contra o HIV?

As empresas multinacionais e os governos dos países desenvolvidos tentam hoje em conjunto encontrar uma vacina para a prevenção da SIDA. Estão em experiência vários tipos de protótipos que podem vir ser a cura nas próximas décadas.
15. Qual a principal via de contágio do HIV em Portugal?

Relações entre heterossexuais.

Nº de novos casos por grupo: à esquerda nos Homens e à direita nas Mulheres

16. Qual é a situação actual da SIDA em Portugal?

Nº de contágios por ano está diminuir.




Síndrome da Imunofeciência Adquirida ( html)

O trabalhos aqui publicados resultaram da webquest; "SIDA, a maior epidemia a nível Mundial" disponível na página de Biologia

SIDA 1
SIDA 2
SIDA 3
SIDA4

Thursday, January 18, 2007

Construção e análise de cariótipos

Na aula do dia 18 de Janeiro de 2007, Quinta-Feira, procedeu-se à realização de uma actividade acerca da construção e análise de cariótipos previamente apresentados aos alunos.

Objectivo: Simular a construção de cariótipos de seres humanos recorrendo a imagens digitais de cromossomas referentes a casos reais da genética humana.

Descrição: Recorrendo a um determinado endereço na Internet, investigar a história clínica de três doentes (A, B e C) e construir os respectivos cariótipos. Pesquisa de informação complementar para dar resposta às sete questões propostas no guião de exploração.

No sentido de proporcionar uma explicação relativamente detalhada acerca dos síndromes, são apresentados em seguida três artigos individuais que abordam cada trissomia. Por enquanto, disponibilizamos as respostas às perguntas da supracitada actividade.

Notação dos cariótipos dos pacientes
Paciente A: 47, XX + 21
Paciente B: 47, XXY
Paciente C: 47, XY + 13

Designação do síndrome
Paciente A: Síndrome de Down (Trissomia 21)
Paciente B: Síndrome de Klinefelter
Paciente C: Síndrome de Patau (Trissomia 13)

Trissomia 21 (Síndrome de Down)


Trissomia 21

Normalmente cada pessoa tem na sua constituição 23 pares de cromossomas homologos. Estes podem ser identificados atraves de um microscopio onde estes mesmos pares são colocados lado a lado de acordo com o tamanho e forma. A isto chama-se cariótipo humano.

Sídrome de Klinefelter


http://pt.wikipedia.org/wiki/Síndrome_de_Klinefelter

O Sídrome de Klinefelter consiste na existência de 3 cromossomas sexuais (XXY). É uma mutação cromossómica numérica, sendo que as pessoas afectadas são rapazes e têm os caracteres sexuais pouco desenvolvidos.

Trissomia 13 ou Síndrome de Patau


Mais uma vez estou a escrever e, apesar da tremenda dor de cabeça, não consigo parar de pensar (como qualquer ser humano) e neste momento só me é permitido pensar em biologia que para mim significa: DOENÇAS.

O Síndrome de Patau não é considerado uma doença propriamente dita.
O que é esta Trissomia 13? Tal como o nome indica é uma mutação cromossómica numérica aparecendo três cromossomas 13 e causa coisas muitos estranhas nos pequenos bébés...
As vitimas deste tipo de mutações duram em média 6 meses, alguns (mas poucos) sobreviventes conseguem chegar aos 3 aninhos de idade.

E de quem é a culpa? hum...nao se podem prever estes casos mas como prenvenção que tal as mulherzinhas começarem a ter filhos mais cedo?
Pois, a idade da mãe influencia no aparecimento de fetos com mutações significativas, quanto mais velha for maiores são probablidades disso acontecer. Actualmente as "humanas" tendem a deixar para tarde o nascimento de filhos e isso tem consequencias, mas tudo é consequencia de tudo e essa mentalidade também é consequencia, por sua vez, de uma sociedade na qual as mulheres necessitam de marcar posição e não são beneficiadas nem apoiadas (nos vários sentidos, como por exemplo a nivel de emprego) por terem filhotes.

EDIT: De forma a ampliar e completar um pouco mais este artigo sobre o Síndrome de Patau vamos acrescentar alguns links:
http://en.wikipedia.org/wiki/Trisomy_13
http://www.chc.min-saude.pt/hp/genetica/down.htm
http://portfolio.med.up.pt/tcmfa/patologia/factores_geneticos.html

Thursday, January 11, 2007

Papá ou Padrasto?


Hoje em dia o DNA diz-nos tudo acerca da identidade de determinada pessoa, mas afinal como é isso possivel?
Costumam assistir às series de CSI?
Quantas vezes existem ratos de laboratório que passam horas a tentar descobrir quem é filho de quem?Bom, nada como uma simulação virtual para começarmos a aprender um pouco acerca disto e perder bem menos tempo que verdadeiros profissionais...
Perceber destas técnicas, as quais podem ser realmente uteis para descobrir se somos mesmo filhos daquele que afirma ser nosso pai ou de um assassino em serie.
É bem mais giro tentar colocar em prática num web site do que apenas ouvirmos a teoria sobre estes assuntos . Para quem quiser experimentar fazer um teste de paternidade clique em :
http://rna.lundberg.gu.se/cutter2/ e em escola.up.pt/teste_paternidade/teste.HTM

As enzimas de restrição são uma maravilha online, fazem o trabalhinho quase todo, funcionam lindamente e avisam logo em que sítios cortaram e quantas vezes o fizeram, portanto boa sorte no exercício e no vosso futuro como membro do CSI Portugal....